quinta-feira, 16 de junho de 2011

Guerra fria e poder nuclear.


Durante as quatro décadas em que subsistiu a Guerra Fria, nascida ao final da Segunda Guerra Mundial, a negativa ao uso de armamento atômico foi considerada sinônimo de sua própria existência.

A dissuasão nuclear foi vista como uma garantia da não utilização de armas de destruição em massa, o que poderia levar a uma confrontação direta entre os principais protagonistas - Estados Unidos e União Soviética - e, conseqüentemente, à mútua aniquilação. Daí, a profunda ambigüidade da Guerra Fria, que, enquanto garantia a paz mundial por meio do equilíbrio nuclear das potências envolvidas, conferia a qualquer conflito regional uma dimensão planetária.

Diferentemente do que havia ocorrido até então nos conflitos internacionais, a disputa agora não consistia em conquistar maiores cotas de poder - em nível mundial - mas sim, conseguir capacitação militar para a obtenção de êxito num possível enfrentamento entre dois sistemas diemetralmente opostos.ÿ

Os Estados Unidos defendiam a democracia e o liberalismo, enquanto que a União Soviética postulava o comunismo; sistemas de governo, portanto, irreconciliáveis.

A forma com que o mundo chegou a esse tipo de confrontação não foi espontânea. Tratou-se do produto de uma série de fatores que deram lugar ao que os observadores denominaram de mundo bipolar - Este/Oeste - com as lideranças bem definidas em torno dos quais se organizaram seus respectivos aliados em blocos políticos, econômicos e militares.ÿ

Dentre os fatores que levaram ao surgimento da Guerra Fria encontra-se o vazio de poder gerado na Europa após o esfacelamento da Alemanha. A isso somou-se um novo elemento que mais adiante se constituiria em um perigoso agravante, qual seja, o expansionismo soviético que pretendeu preencher o espaço deixado pelo colapso germânico.

Nesse contexto, a principal preocupação geopolítica do ex-Premier soviético Iossif Stálin, foi consolidar a segurança de seu país por meio da criação de uma esfera de influência direta, que teve seu desenvolvimento na Europa Oriental e que cumpriu com o objetivo de resguardar a União Soviética frente a uma potencial ofensiva ocidental.

O analista John Bolton, do American Enterprise Institute, de Washington, assevera que: - "A Guerra Fria foi forçada nos Estados Unidos pelo expansionismo soviético".ÿ

A exportação da ideologia marxista, impulsionada por Moscou, foi outro fator que incendiou a tensão Leste-Oeste. A União Soviética apoiou diretamente vários esforços revolucionários que tentaram mudar, pela força, a situação mundial onde prevalecia o capitalismo."O ponto central da opinião estadunidense, durante a Guerra Fria, foi a forte crença de que estávamos em uma guerra de vida ou morte contra o comunismo", sustenta Bolton.

De todos estes fatores, aquele que realmente promoveu o maior nível de fricção geopolítica, foi o poder nuclear, inicialmente reservado para os Estados Unidos, mas que a União Soviética não tardou em equiparar-se quando, em 1949, testou com êxito a sua primeira arma atômica. Washington e Moscou empreenderam, a partir daí, uma louca e desenfreada corrida armamentista de modo a equiparem-se do maior número de armas nucleares, pensando, não tanto em utilizá-las contra o rival, mas sim em convencê-lo de desistir de qualquer idéia que implicasse no uso do poder atômico, como tática dissuasória.ÿ

O uso dessas armas deixava para trás a guerra convencional já que, fundamentalmente, assegurava a destruição recíproca entre as duas potências nucleares.

Nos primeiros anos do pós-Segunda Guerra Mundial, Washington tratou de manter uma atitude de aproximação com Moscou. Entretanto, em pouco tempo, as nações ocidentais compreenderam que era necessária uma postura mais rígida frente à avassaladora "maré vermelha" disseminada por Stálin. Dessa maneira, surgiu a política de "contenção" diplomática-militar impulsionada pelos Estados Unidos e que ficou conhecida como "Doutrina Truman". Esta, baseava-se na crença de que a única maneira de frear o expansionismo soviético era consolidar uma férrea defesa ocidental democrática que se opusesse frontalmente a Moscou.ÿ

Tal defesa consistiria, primacialmente, em fortalecer os países aliados e intervir quando perigasse o alinhamento desses países aos Estados Unidos.ÿ

Num outro extremo, a política externa soviética privilegiou a expansão mundial com métodos militares, muitas vezes utilizando, como fator coercitivo, pressões de ordem econômica.

Como ficou demonstrado nos últimos conflitos que tiveram como protagonistas terceiros países e que se desenvolveram durante a época mais tensa da Guerra Fria, a contenção não demonstrou ser uma ferramenta muito efetiva de política externa, principalmente porque o lado soviético não parecia amedrontar-se e pôde expandir sua ideologia a diversas regiões do mundo.

Dessa maneira, um novo esquema de relações internacionais denominado "détente" ou distensão, terminou por substituir a política de contenção. Este enfoque pretendia abrir novos canais de comunicação e intercâmbio entre Estados com distintas orientações e interesses, porém, sempre através da negociação e não do enfrentamento direto.

Se bem que durante a vigência da Guerra Fria, os Estados Unidos e a União Soviética, felizmente, nunca chegaram a uma confrontação direta. A luta por impor suas distintas ideologias levou a que, em mais de uma oportunidade, as monopólicas superpotências aumentassem consideravelmente os decibéis emocionais passíveis, portanto, a estrondos bélicos de conseqüências imprevisíveis.ÿ

Como a situação na Europa parecia condenada a um ameaçante "status quo", que mantinha as potências dirigindo a atenção para Berlim, a União Soviética passou a espraiar os seus interesses a outras regiões do globo terrestre.ÿ

Em 1950 irrompe a Guerra da Coréia. Os Estados Unidos participaram ativamente nessa contenda, enquanto que Moscou contemplou importante apoio logístico aos norte-coreanos, sendo que a República Popular da China - o novo e importante ator nesse intricado cenário - surpreendentemente somou-se ao expansionismo comunista.

Na década de sessenta, o Vietnã se converteria no cenário da confrontação com uma guerra devastadora para os EUA, que novamente viu-se envolto em um conflito, longe de suas fronteiras, na tentativa de frear o avanço comunista.

Os conflitos de Angola, na áfrica; El Salvador e Nicarágua na América Central; as repressões na Checoslováquia e Hungria, na Europa; a Guerra dos Seis Dias, no Oriente Médio, bem como os dois bloqueios que sofreu Berlim, acenderam, por algumas vezes, a chispa detonante da confrontação.

Segundo Henry Nau, professor de Assuntos Internacionais da Universidade George Washington e autor do livro: "O Mito do Declínio Estadunidense", o uso do poder militar durante a Guerra Fria não fracassou: "Os perigos foram altos, não há dúvida, porém as contingências e os benefícios justificaram esses perigos", afirma.

Entretanto, nenhum dos conflitos mencionados levou o mundo tão próximo de uma guerra mundial como a crise dos mísseis em Cuba, quando Moscou implantou rampas de foguetes, na ilha comunista, que tinham como objetivo atingir o território norte-americano. O bloqueio naval imposto pelo então presidente John Kennedy - para impedir a chegada de novos artefatos bélicos, oriundos da União Soviética -, foi coroado de êxito; porém, foi uma manobra muito arriscada e que colocou o mundo à beira da pior tragédia de sua história. Nem Kennedy, nem seus assessores, tinham plena convicção de que os soviéticos voltariam atrás e não responderiam com um ataque direto que poderia derivar, conseqüentemente, em uma conflagração nuclear, de proporções inimagináveis e inconseqüentes.

Jakub M. Godzimirski, analista do Centro de Estudos Russos do Instituto de Assuntos Internacionais da Noruega, afirma que "os grandes conflitos da Guerra Fria foram decisivos para demonstrar a vontade das partes em defender seus valores e posições no mundo".

Analistas coincidem que a maior peculiaridade da Guerra Fria foi, precisamente, a forma com que as partes puderam conter-se sem chegar ao enfrentamento total.ÿ

"Ainda que tenhamos lutado em outros países, o grande alívio é que nem os EUA, nem a URSS, chocaram-se diretamente. Na atualidade, existe quem argumente que haviam tácitas "regras de ataque" que tornavam inviável uma confrontação direta, porém sempre existiu a possibilidade de que ambas as partes se excedessem", assinala Henry Nau.

O custo dessa contenda foi altíssimo. Além das milhares de pessoas que morreram durante o período da Guerra Fria, um elemento-chave, para dimensionar a magnitude desta "guerra sem guerra", foi o montante de dinheiro destinado, nos orçamentos das partes em litígio, com o objetivo de atender às imensas necessidades em armamentos convencionais e nucleares.ÿ

Uma estimativa mostra que, durante essa época de equilíbrio do terror, o mundo chegou a gastar - somente em armamento - aproximadamente, oito trilhões de dólares.

As partes não pouparam recursos para assegurar sua subsistência, ainda que, ao final, como é sabido, a União Soviética não pôde continuar subvencionando o enorme gasto que implicava em competir pari-passu com os Estados Unidos. A juízo de Godzimirski, os grandes conflitos da Guerra Fria mostraram que os custos econômicos e políticos foram impossíveis para um dos polos, o polo que tratou de ideologizar o desenvolvimento econômico.ÿ

Por sua parte, Henry Nau afirma que "o fator que ganhou a Guerra Fria foi a política interna e o progresso econômico do Ocidente". Contudo, as reformas empreendidas por Mikhail Gorbachóv, a perestroika (reestruturação) e a glasnost (transparência) foram decisivas para trazer maior abertura à União Soviética, e que foi acompanhada de um processo de democratização que o regime soviético não pôde assumir e que derivou, como corolário, em seu colapso.

Ao final, verificou-se que a opção defendida pelos Estados Unidos terminou por ser a mais viável. Ainda que isso não implicasse que importantes mudanças tomassem forma, depois do colapso soviético, o final da Guerra Fria mostrou, claramente, que somente um mundo democrático e liberal poderia sobreviver nessa longa batalha ideológica.ÿ

Porém, deve-se reconhecer que o lado oposto, o comunismo, também teve um notável impacto na forma em que o mundo se desenvolveu, desde então. Mostrando-se como uma alternativa, forçou aos defensores do sistema capitalista a exercê-lo de forma mais humana e racional.

Podemos inferir que, durante 45 anos, o equilíbrio do terror funcionou porque na hora "H" os líderes de ambos os blocos ideológicos conseguiram, em felizes arroubos de racionalidade, colocar os interesses da Humanidade acima das vantagens inerentes aos sistemas capitalista e comunista.ÿ

No longo transcorrer da Guerra Fria, os povos de todos os rincões do planeta, muitas vezes, prenderam a respiração e, felizmente, conseguiram sobreviver.ÿ

Cronologia de Eventos:
1947: Surge a "Doutrina Truman", ou política de contenção diplomático-militar dos Estados Unidos, para opor-se à crescente influência soviética;
1949: Nasce a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para contrapor-se à permanência das tropas soviéticas na Europa;
1950: A paz mundial se vê ameaçada com a invasão da Coréia do Sul, guerra que finalizou com a assinatura de um armistício, em 1953;
1961: ? invadida a Baía dos Porcos, em Cuba, e levanta-se o Muro de Berlim;
1962: Crise dos mísseis em Cuba. O mundo vê-se à beira de uma guerra mundial;
1964: Os EUA decidem intervir diretamente na Guerra do Vietnã para frear a influência comunista na ásia;
1967: A Guerra dos Seis dias, entre árabes e isrãlenses, transforma-se em uma derrota estratégica para a União Soviética;
1968: Países do Pacto de Varsóvia e, especialmente, forças do Exército Vermelho, invadem a Checoslováquia para deter o processo liberalizador de Dubcek;
1972: ? assinado o Tratado de Mísseis Antibalísticos (ABM) e o Tratado de Limitação de Armas Estratégicas (SALT I);
1979: Tropas soviéticas invadem o Afeganistão;
1983: O presidente norte-americano Ronald Reagan propõe a Iniciativa de Defesa Estratégica (Guerra nas Estrelas), sistema de defesa estadunidense antimísseis. O projeto fracassa devido ao seu elevado custo.
1985: Mikhail Gorbachóv assume o poder na União Soviética. Dá-se início à perestroika e à glasnost;
1989: Cai o Muro de Berlin, barreira simbólica da separação Este-Oeste;
1991: Reformas democratizadoras de Mikhail Gorbachóv derivaram no colapso da União Soviética.


* Manuel Cambeses Júnior é coronel-aviador R/R, conferencista especial e membro-correspondente do Centro de Estudos Estratégicos (CEE) da Escola Superior de Guerra. E-mail do autor: cambeses01@globo.com
ÿ** Artigo originalmente publicado no site da ESG

Onde jogar o lixo nuclear?

Um dos principais argumentos utilizados pelos defensores das usinas nucleares é o seu baixo nível de poluição do ambiente. Segundo eles, a usina nuclear seria capaz de produzir energia elétrica "limpa". Esta, entretanto, não costuma ser a opinião das organizações de defesa do meio ambiente, como o Greenpeace. O Greenpeace acredita que os testes já realizados envolvendo o destino do lixo nuclear são insatisfatórios e que testes confiáveis demandariam dezenas de milhares de anos.
Os rejeitos produzidos em Angra 1 e 2 podem ser classificados em três níveis de radioatividade: alta, média e baixa. Ainda não há, no Brasil, um lugar escolhido para o depósito definitivo do lixo nuclear, ficando o lixo de Angra em depósitos intermediários.
Para os rejeitos de baixa e média radioatividade (que deveriam ficar no depósito intermediário por no máximo três anos) o destino são dois galpões de concreto construídos dentro de rochas, ao lado da usina. Nestes galpões ficam armazenados tambores que, ou contém botas, macacões e outras roupas contaminadas (rejeitos de baixa radioatividade, com meia-vida aproximada de 60 anos) utilizadas por trabalhadores ou peças de metal do reator e resíduos químicos (rejeitos de média radioatividade). A maior parte dos tambores contém rejeitos de baixa radioatividade que podem, inclusive, ser reutilizados. Segundo Kleber Cosenza, Superintendente de produção de Angra 2, em uma inspeção periódica, feita há três anos, o material estocado passou de 1400 tambores para 400, devido à constatação de que aqueles objetos haviam perdido a radioatividade. Algumas peças de roupas foram reutilizadas.
O rejeito de alta radiotividade, que a indústria chama de subprodutos, é formado pelo elemento combustível já irradiado dentro do reator. Este rejeito tem uma meia-vida bastante longa, podendo chegar a dezenas de milhares de anos, o que torna a questão sobre o destino a ser dado a ele muito mais importante. Por incrível que pareça, o elemento combustível também pode ser reutilizado. Normalmente, ele é retirado do reator com apenas 15% de sua capacidade utilizada. Se a usina recebe elementos combustíveis com qualquer tipo de problema, pode recorrer ao combustível estocado a ser utilizado em combinação com o novo. O local de estocagem dos rejeitos de alta radioatividade de Angra são as suas piscinas. Para a usina de Angra 2 foi construída uma piscina dentro do reator (diferente da de Angra 1, que fica fora) com capacidade para armazenar os rejeitos produzidos por metade de sua vida útil, 20 anos. A piscina de Angra 1 pode armazenar os resíduos de seus 40 anos de atividade previstos. Ambas mantém os resíduos submersos a mais de dez metros de profundidade, sendo a água a blindagem utilizada.
O projeto que define normas para a construção de locais definitivos de armazenamento de lixo nuclear já foi aprovado pelo Congresso, estando em tramitação no Senado. Ele segue as normas internacionais, que propõe a construção de silos de concreto no subsolo. A cidade em que fossem construídos estes silos seria beneficiada com compensações financeiras. O atual prefeito de Angra dos Reis, José Marcos Castilho, é contrário à escolha de sua cidade para sede também dos rejeitos.
Os ambientalistas questionam as soluções propostas pelas centrais nucleares. Segundo eles, poderia haver contaminações do ar causadas por explosões ou vazamento contínuo de gases de um sítio (possíveis teoricamente), ou contaminações da água, causadas por vazamento do invólucro que armazena o rejeito e que poderia atingir um lençol freático. O fato é que, principalmente com relação aos rejeitos de alta radioatividade, a solução encontrada deve levar em conta a longa meia-vida do lixo, que chega a milhares de anos.

Bomba nuclear do Japão

Uma bomba atômica ou bomba atómica, ou com maior rigor bomba nuclear, é uma arma explosiva cuja energia deriva de uma reação nuclear e tem um poder destrutivo imenso — dependendo da potência uma única bomba é capaz de destruir uma grande cidade inteira. Bombas atômicas só foram usadas duas vezes em guerra, ambas pelos Estados Unidos contra o Japão, nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, durante a Segunda Guerra Mundial (consistindo em um dos maiores ataques a uma população civil, quase 200 mil mortos, já ocorridos na história). No entanto, elas já foram usadas centenas de vezes em testes nucleares por vários países.Muitos confundem o termo genérico "bomba atômica" com um aparato de fissão. Por bomba atômica, entende-se um artefato nuclear passível de utilização militar via meios aéreos (caças ou bombardeiros) ou lançamento por mísseis. Entretanto, mesmo neste sentido o termo bomba atômica mostra-se não muito adequado pois bombas tradicionais lançadas por aviões ou mísseis também têm suas energias liberadas a partir de átomos (pela eletrosfera durante as reações químicas), entretanto, mostrando-se o termo bomba nuclear certamente mais adequado para se fazer referências aos artefatos no escopo deste artigo. Por ogivas nucleares, entende-se as armas nucleares passíveis de utilização em mísseis. Já os artefatos nucleares não são passíveis de utilização militar, servindo portanto, somente para a realização de testes, como foi o caso do artefato de Trinity (o primeiro detonado) ou o caso do artefato nuclear norte-coreano testado em 9 de Outubro de 2006.

As potências nucleares declaradas são os EUA, a Rússia, o Reino Unido, a França, a República Popular da China, a Índia, o Paquistão e Israel. Estes países já possuem o material para fins ofensivos. Outra nação que já testou armamento nuclear foi a Coreia do Norte, porém assinou um acordo com a ONU para se desarmar, devido a embargos econômicos e a forte pressão norte americana.

O arsenal nuclear é, hodiernamente, uma "moeda de troca" ou uma poderosa "força de barganha" nas relações políticas entre as nações nestes tempos de comércio global. Tanto é assim que os países que possuem assento permanente no Conselho de Segurança da ONU são potências nucleares.

Atomo Bemxmal

BEM
Radioterapia
 Radiações ionizantes como parte da terapêutica usada para combater o cancro. Há vários tipos de radiações ionizantes com energias e poder de penetração próprios, entre as quais os raios gama, raios X, radiação alfa e radiação beta.
A base fundamental para o bom funcionamento da célula é o seu material genético, que se apresenta sob a forma de ADN (Ácido Desoxirribonucleico). Esta macromolécula assegura a síntese de proteínas que desempenham funções estruturais e de regulação (transporte celular, metabolismo...). Um dos aspectos importantes, que explica que o ADN é um dos “pontos fracos da célula”, é o facto de alterações na sequência das bases poderem inviabilizar a síntese de proteínas fundamentais e a sua reprodução.
As radiações ionizantes podem danificar o ADN sobretudo pela criação de radicais livres de oxigénio, ou por acção directa sobre a sua estrutura. Ao interagir com as moléculas de água presentes nas células, as radiações dão origem a moléculas de superóxido e hidróxilo extremamente reactivas. Estas vão oxidar a molécula de ADN, criando rupturas numa ou em ambas as cadeias de nucleótidos.
Embora rupturas em uma das cadeias possam ser facilmente corrigidas por mecanismos celulares devido à natureza complementar das bases, rupturas em ambas as cadeias podem dar origam a erros ou morte celular. Em caso de mutações muito graves, a célula pode ficar incapaz de se replicar ou, inclusive, cometer apoptose (morte celular programada). Se a molécula de ADN não for reparada, ou se a reparação for incorrecta e a célula escapar à apoptose, vão-se acumulando mutações que poderão dar origem ao desenvolvimento de um tumor.Os diferentes métodos de radioterapia prendem-se com o modo como as radiações são administradas. Os três tipos principais são:
Baquiterapia, na qual são colocados fontes radioactivas seladas a curta distância do tumor com o objectivo de concentrar a dose de radiação numa área pequena.
Medicina nuclear na qual fontes radioactivas não seladas são postas em contacto com os orgãos ou na corrente sanguínea.
Teleterapia onde a fonte de radiações é exterior ao corpo e enviada sob forma de feixes.
Um dos problemas da radioterapia é o facto de, se quiseremos irradiar um tumor (e, no caso da teleterapia, o problema prende-se com tumores em profundidade), irradiamos também a pele e os tecidos circundantes. De modo a minimizar estes efeitos, minimiza-se a zona de exposição ou, no caso da teleterapia, aplica-se a radiação de vários pontos, de modo a que a energia convirja e, portanto, se some e se concentre no tumor. Para isso usam-se técnicas de mapeamento tridimensional dadas por métodos de diagnóstico (TAC, ressonância magnética...).
MAL
Produção de bombas
 As bombas nucleares utilizam-se das forças, fortes e fracas, que mantêm o núcleo do átomo unido, em especial os átomos com núcleos instáveis.
Há dois modos básicos de a energia nuclear ser liberada a partir de um átomo:
Fissão nuclear: o núcleo de um átomo pode se fissionar em dois fragmentos menores contendo nêutrons. Este método geralmente envolve isótopos de urânio (urânio-235, urânio-233) ou plutônio-239.
Fusão nuclear: a partir de dois átomos menores, normalmente hidrogênio ou isótopos de hidrogênio (deutério, trítio), é possível formar um átomo maior (hélio ou isótopos de hélio); de maneira análoga, o sol produz energia.Em ambos os processos, fissão ou fusão, uma grande quantidade de energia calorífica e radiação será emitida.
Para construir uma bomba atômica é preciso:
Uma fonte combustível físsil ou fusível, um dispositivo de ativação, um modo que faça que a maior parte do combustível entre em fissão ou fusão antes da explosão da bomba (ou o disparo da bomba irá fracassar)

Gases nobres

Gases Nobres

Um gás nobre é um membro da família dos gases nobres da Tabela Periódica. Estes gases têm uma baixa reatividade e são também conhecidos por gases inertes (apesar de não serem inertes porque já foi comprovado que alguns podem participar de reações químicas). De um modo geral, os gases nobres têm uma relativa dificuldade de combinação com outros átomos porque são pouco reativos.
Os gases nobres são os seguintes (seguindo a ordem da tabela periódica):
  • Hélio, número atômico 2
  • Néon ou neônio, número atômico 10
  • Árgon ou argônio, número atômico 18
  • Crípton ou criptônio , número atômico 36
  • Xénon ou xenônio, número atômico 54
  • Rádon ou radônio, número atômico 86
  • Ununóctio, número atômico 118
Os gases nobres formam uma série química. São elementos químicos do grupo 18 (grupo 0 ou 8A nas tabelas mais antigas); especificamente são os elementos hélio, neônio, argônio, criptônio, xenônio e radônio.
O termo “gás nobre” vem do fato que, do ponto de vista humano, nobre é aquele que geralmente evita as pessoas comuns. Do mesmo modo, a característica destes gases é de não combinarem com os demais elementos. Os gases nobres já foram denominados de “gases inertes”, porém, o termo não é exato porque já tem sido demonstrado que alguns podem participar de reações químicas.
Embora existam em quantidades consideráveis na atmosfera terrestre, não foram descobertos devido à baixa reatividade que possuem. A primeira evidência da existência dos gases nobres foi através da descoberta da existência do hélio no sol, feita por análise espectrográfica da luz solar. Mais tarde, o hélio foi isolado da atmosfera terrestre por William Ramsay. Os gases nobres apresentam forças de atração interatômicas muito fracas, daí apresentarem baixos pontos de fusão e ebulição. Por isso, são gasosos nas condições normais, mesmo aqueles que apresentam átomos mais pesados.
Todos os gases nobres apresentam os orbitais dos níveis de energia exteriores completos com elétrons, por isso não formam facilmente compostos químicos. À medida que os átomos dos gases nobres crescem na extensão da série tornam-se ligeiramente mais reativos, daí poder-se induzir o xenônio a formar compostos com o flúor. Em 1962, Neil Bartlett, trabalhando na Universidade de Columbia, Inglaterra, reagiu o xenônio com o flúor produzindo os compostos XeF2, XeF4, e XeF6. O radônio foi combinado com o flúor formando o fluoreto de radônio, RnF, que brilha intensamente na cor amarelada quando no estado sólido. Além disso, o criptônio pode ser combinado com o flúor formando KrF2, o xenônio para produzir o biatômico de curta-duração Xe2 , e pode-se reagir gás nobre com outros haletos produzindo, por exemplo, XeCl usado em lasers.
Em 2002, foram descobertos compostos nos quais o urânio formava moléculas com argônio, criptônio ou xenônio. Isso sugere que os gases nobres podem formar compostos com os demais tipos de metais.
O fluoreto de argônio (ArF2) foi descoberto em 2003 pelo químico suíço Helmut Durrenmatt.
fonte:http://www.tabela.oxigenio.com/gases_nobres/gases_nobres.htm

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Familia de tabelas periodicas

Tabela Periódica surgiu da necessidade de se organizar os elementos químicos. O químico russo Dimitri Ivanovitch Mendeleev foi o primeiro a dar forma à estrutura da Tabela. Graças a este cientista, suas anotações e descobertas posteriores, a Tabela adquiriu a forma como encontramos hoje. Para saber como a Tabela evoluiu, basta ficar atento ao fato de que no primeiro formato ela possuía apenas 63 elementos e atualmente já possui mais de 100, e ainda está aberta a novas descobertas, ou seja, está sempre evoluindo.

Um grande quesito usado por Mendeleev na organização foi agrupar os elementos de acordo com características comuns, foi assim que surgiu as famílias (grupos). As principais são:

Família I A: metais alcalinos
Família II A: metais alcalino-terrosos
Família III A: família do Boro
Família IV A: família do Carbono
Família V A: família do Nitrogênio
Família VI A: Calcogênios
Família VII A: Halogênios
Família 0: Gases Nobres

Os elementos situados na mesma família apresentam propriedades semelhantes e se posicionam nas linhas verticais da tabela. Existem 18 famílias na classificação atual.

Outro critério usado para organizar os elementos, corresponde aos períodos que se encontram nas linhas horizontais da tabela. Neste caso, recebem a numeração de 1 a 7 correspondente às sete camadas eletrônicas (K, L, M, N, O, P, Q), sendo que no período 1 a distribuição de elétrons vai até a camada K, e no período 2 os elétrons ocupam a camada L, e assim sucessivamente.

Como exemplo, acompanhe a distribuição dos elétrons do elemento Lítio:

K   1 s2
L   2 s1    2 p
M  3 s      3 p   3 d

Observe que foram ocupados apenas dois subníveis: K e L. Dizemos então, que o Lítio pertence ao período 2 porque a distribuição eletrônica foi até a camada 2.